A matança do porco era uma paródia. Lembro-me que a gente juntávamos aí pessoas amigas. Era beber, era comer... Chamavam cá um homem próprio só para matar os porcos. Era um homem só mesmo que vinha cá arranjar-me o porco. Isso era um santo homem. A gente ria-se aí com eles. Mas já morreu esse homem. Ao fim, esfolávamos. Com umas carquejas queimava-se aquele cabelo e, ao fim de tudo, raspava-se com umas facas, saía tudo e ficava limpinho. Fazia-se aí lavagens que era uma maravilha! Assim que os matavam, já estavam a desmanchá-lo, ó rapaz, a gente metia-se aí nos briol a beber, comer e tudo. Eram assim uns quatro ou cinco homens. E, às vezes, também, mulheres para ajudar a fazer o comer. Depois os homens não faziam nada. As mulheres, como a minha, é que iam lavar as chouriças. Era o céu aberto! Os homens era no briol a beber e tudo... Uma vez, o meu filho lá adiante, na casa dele, até já se deitava no lastro da loja, já contente com o vinho. Ai, que paródias!