Tinha de ir numa caminhada com a caixa da ferramenta às costas e ainda levava o comer para fazer. Era mais só para o lado dali de Soito da Ruiva. Para ali é que tinha que o fazer eu à minha conta. Levava milho, conduto, azeite e uns bocadinhos de carne de casa e, às vezes, comprava lá de outras coisas e assim me ia orientando. Ao fim de dois ou três dias, fazia de comer e comia. Emprestavam-me uma panela de ferro grande e fazia o comer ao pé de onde fazia os rodízios de madeira. Mesmo às paredes da madeira lá arranjava lenha para fazer fogueira. Naquela altura, não havia esse ar mau como agora. Em qualquer lado se fazia uma fogueirinha, se fazia o comer. O lume era em qualquer lado, não havia as armas. Se fosse agora, é pior. Fazia ali comer que era uma maravilha! Até se admiravam de mim, de eu fazer o comer à minha maneira:
- “Então, como o senhor Castanheira faz o comer tão bom?”
Era uma carga de trabalhos, mas passava bem. Ao fim, já não era preciso levar de comer nem nada. Lá me davam de comer e tudo.