Fui uma vez ao Porto da Balsa comp0r um moinho. Foi feito de novo. Andei lá oito dias. Ao fim deu-me uma dor no estômago, vi-me à tabela. A mulherzinha, coitadinha, era viúva, chorava de volta de mim:
- “Ó senhor Castanheira, mando cá vir o médico.”
- Não senhora, isso pode ser que passe.
A mulherzinha dava-me uns chazinhos e tudo. Disse:
- “Beba, ó senhor Artur, beba que isso passa.”
Estava só com medo, como se eu lhe fugisse. Mas lá os vizinhos em volta disseram:
- “Não tenha medo. O senhor Castanheira é adulto. Pode ser que isso passe.”
Mas eu pateava. Naquela altura, ainda era novito e estava com medo. Havia mais pessoas que me diziam:
- “Ó senhor Artur, não tenha medo que ela trata-o bem.”
Assim foi. Assim que passei aquele chazinho, passou-me a dor no estômago. Apanhei uma aflição que eu sei lá naquela altura.