Ai, mas passava tempos tão bons! Ali para trás da serra era uma santa gente. Tratavam-me muito bem, muito bem. Uma vez levei o meu filho só para o verem. Ele ainda andava na escola, ainda era pequenito, mas mesmo assim eles gostavam lá dele só por causa de levar a flauta para tocar. Ainda hoje o dia em que vou à Covanca, o tio Zé Agostinho da Covanca faz-me uma festa.
- “Ó senhor Artur, tem de cá vir um dia mais o seu filhito. Mas tem de trazer a flautazinha para tocar cá.”
O comer e beber era em casa dele. Lá isto trata-me muito bem, aquele homenzinho. E mais pessoas lá também. Quando para lá vou, estão sempre a dizer para levar o meu filho. Ia ali por aquela serra para o lado das Minas da Panasqueira, corria aquilo tudo. Apanhei fama que trabalhava bem nos moinhos. Toda a gente me estimava bem. Diziam:
- “O senhor Castanheira tem que ser bem tratado.”
O Castanheira era sempre bem estimado. Onde quer que me encontrasse, toda a gente me tratava bem. Era, assim se vê, uma fraca pessoa, mas a respeito, respeitavam-me muito. O Castanheira era sempre bem tratado! Desempenhei-me. Hoje, graças a Deus, ainda tenho umas migalhitas.