Antigamente, para tratarem da saúde, chamavam o barbeiro. Era um homem que havia ali no Piódão. Quando as pessoas adoeciam, às vezes, vinha cá dar injecções e ervas. Não havia comprimidos como agora. Eram umas ervas, uns chás e assim. Acho que o pai dele também já era assim. Ainda me veio cá muita vez.
Quando era pequenito, eu tive uma cólica na barriga. Era muito achacado às lombrigas e acho que foi através disso que me deu qualquer coisa à barriga. Já dizia toda a gente, as minhas tias e os meus avós, que eu que morria. Estava branco que eu sei lá o quê. Depois até veio cá o padre para me sacramentar. Hoje é o dia que a minha mãe conta que o padre Manel, que era dali de Anseriz, dizia:
- “Olhe, deixe lá que o menino não vai morrer. Ele ainda há-de vigorar.”
E “vigorei”! Graças a Deus, ainda cá estou. O barbeiro veio cá e deu-me um chá ou que foi e eu achei-me bem com aquilo. Ia-me botando abaixo, mas depois passou-me as cólicas que tinha na barriga.
Quando andava na escola do Piódão, comprava muita vez rebuçados a esse tal barbeiro. Dele tenho uma vaga ideia. Ele tinha lá uma tasca no Piódão, mas não me lembro dos remédios que ele desse.