Conheci a minha mulher quando andámos a cavar. Começámos na agricultura. Andávamos a cavar para semear batatas e era depois para enterrar estrume. Depois começámos na brincadeira. Dizia ela:
- “Ah, tens que enterrar bem o estrume, senão depois não se consegue enterrar aí as batatas.”
- Então, e que interessa? Enterram-se à enxadada! - dizia eu.
Conhecemo-nos assim. A gente lá mais ou menos começou a namorar. Às vezes, íamos até lá. Ela andava com o gado, a quase falámos e assim sucessivamente... Outras vezes, ia lá até à noite. Era assim. Os pais dela já tinham falecido. Então, foi aos irmãos que tive de pedir autorização. Depois ofereceram-me uma colher de pau, que ainda ali tenho, e disseram:
- “Se não te portares bem, levas com a colher de pau!”
Foi a minha cunhada que me ofereceu. Tenho-a ali no móvel e já escrevi lá: “oferta da minha cunhada”. Diz ela que, se não me portasse bem, que era para levar com a colher. E eu, então, tenho-me portado bem, senão levo com o pau!