Em 1990, é que fui então para este patrão e ainda lá ando hoje. Gostei dele e ele também gosta do meu trabalho. Hoje sou pedreiro e canalizador. Comecei de pedreiro. Fazemos paredes de pedra, de pedreiros. Ainda, há duas semanas, andámos na Vide a fazer dois paredões grandes na represa. E agora andamos lá adiante na Pousada da Juventude a fazer um palheiro para as ovelhas. Mas depois eu trazia lá um cunhado que sabia trabalhar de canalizador. Fui para o pé dele, lá comecei a aprender de canalizador e lá dou um jeito. Não é assim muito, mas dou-lhe um jeitito. E assim andamos por aí. Trabalho, ele tem aí muito, graças a Deus. O melhor que ele tem é ter trabalho com força e ter lá gente a trabalhar. E tenha ele pessoal com fartura. Mesmo assim já somos 12, com ele 13, já é uma equipa. Ainda há dias, andámos a falar lá no trabalho. Isto é assim: andemos aqui 12 indivíduos, porque o patrão anda por aqui e ficámos encaixados a trabalhar. Porque, senão, íamos embora.
Não segui o ofício do meu pai, porque ando nas obras, não dá. Mas, se houvesse trabalho nos moinhos, ainda dava lá um jeito naquilo. Também não pensei ir para a Lisboa. Gosto do trabalho que ando a fazer e o patrão também não é mau.