Ainda fazemos azeite, mas já não moemos. Levámos à Bobadela. Mas em Foz d'Égua havia um lagar. Era ali que a gente ia moer a azeitona. É ao pé da represa. Toda a gente lá podia ir. Pagavam um tanto para os donos do lagar. Para fazer o azeite primeiro tinha de se apanhar a azeitona. Tinha um pio, e botavam para ali a azeitona.Tem uma galga em volta e a galga andava ali em volta, a moer, a moer, a moer, a azeitona. E vendo que a azeitona estava moída, tem umas seiras grandes, com um buraco ao meio, botam para ali a massa para dentro, espalham-na bem espalhadinha, ao fim põem outra ceira por cima, vão trazendo assim a massa lá do pio. No fim de estar pronta, carregava com um peso de cima, que tinha uma vara, a vara andava em volta, em volta, em volta para espremer o azeite para a tarefa. As tarefas são umas coisas grandes em pedra milheira, umas coisas quadradas, para onde ia o azeite. Daí a um bocado o fio era escaldado botando bastante água quente. Ao fim vendo que estava em modo, assentava no azeite. Estando em condições era medido para a gente.