Quando era miúda brincava com a minha irmã Alice. Nós somos as mais novas, por isso brincávamos muito. Às vezes a fazer que batíamos uma na outra, mas tudo na paródia. Também brincava com uma rapariga que havia da parte de cima da Covita, de umas casas em cima. Éramos da mesma idade, a gente brincávamos muito. E quando era aos domingos, quando era para levar os carrinhos para o meu pai, para as minas, ao fim havia muita rapariga nova, rapazes e púnhamo-nos lá nos bailes, até tarde a dançar. A gente queria era brincar. A malta nova já se sabe como é que é, uns com os outros. Era uma brincadeira.
Faziam muitos bailes, ali aos domingos. Hoje é que não há ninguém. Ao fim também começaram os meus irmãos a irem ganhar alguma coisa fora. Outros foram para a tropa. Lembro-me do meu irmão, aquele que anda com as canadianas, que íamos para o gado, mas eu, às vezes, não queria ir. Ele então ralhava-me para ir com ele, porque ele não podia. Não queria ficar em casa. E eu tinha de ir. Ele era mais velho. Nós tínhamos vacas, ovelhas e cabras. Também trabalhávamos muito. Ajudávamos os pais, aí com 14, 15 anos. Tinha de ser porque só o meu pai não dava para sustentar tanta gente. Ele foi reformado com 300 escudos, naquela altura.