Tenho irmãos. Rapazes sou só eu, raparigas são cinco, mas uma já faleceu. O meu pai sozinho não podia ganhar para tantos. Chegaram a ser nove pessoas em casa. Hoje está uma em Lisboa, outra na Póvoa de Santa Iria, outra em Vinhó e outra na Holanda, que é a que está melhor. Acho que até já está em Lisboa mas já está reformada. Ela e o marido da Holanda. Mas a reforma deles lá é diferente da gente. Ele está com 300 contos por mês e ela com 200. Estão bem os dois. Tem uma casa em Lisboa, têm outra na Holanda e ainda andam para fazer outra em Chãs d'Égua, no desaterro que lá está. Têm duas filhas que não precisam do dinheiro deles para nada porque uma é professora, a outra é juíza. Eles já lhe queriam dar dinheiro, elas nem lho querem. Elas:
- “Guardem lá para vocês que nós não precisamos do dinheiro de vocês para nada.”