Ainda trabalhei na agricultura. Nessa altura havia aí vinho com fartura. Agora é que não há quase praticamente nada.
Sei fazer vinho. Tenho o esmagador e a dorna e depois faço o vinho. Então agora, aquilo conforme vem da fazenda vai ao esmagador. Depois do esmagador vai para a dorna. Tem de estar aí dez, 11 dias a cozer. Depois de estar cozido tira-se para o pipo. Ele para ser bom só de Janeiro em diante é que é bom.
Também sei fazer bagaço! Tenho uma bica. Isso para mim, trabalhar com aquilo, é como a um brinquedo. Leva uma média de 8, 9 litros de água ardente. Também tenho o aparelho para ver. A graduação tem de se tirar com 22 ou 23, que ao depois quando arrefece quebra. Desce aí para 22 se tirar com 23. Mas de 21 para baixo não pode ser que ao depois não presta.
Depois de tirar o vinho, o cardaço das uvas vai direito ao alambique. Depois dali, põe-se a ferver e ele começa a botar a aguardente. É assim. E depois tem uma varinha para a gente medir no cântaro aos litros em que vai. Cada mossazinha que tem a varinha marca 1 litro. Praticamente aquilo no aparelho marcando aquela graduação tem que se tirar fora. Já não se pode deixar apanhar mais senão estragava-se. Ficava fraquinha, já não valia nada.
Geralmente eu até é muito raro beber a aguardente cá em casa. Mas, quer dizer, não a deixo acabar, que há na loja. Há de morango, há de ginja...É uma aguardente mais macia. Faço aguardente de morango. A gente bota os morangos para dentro de um frasco, depois bota-lhe de açúcar e aguardente. Depois deixa estar um tempo e aquilo está bom. E a de ginja também.