Temos as festas anuais. Começa com a festa do Santíssimo Sacramento em Junho, depois temos a festa de Agosto que traz as pessoas de cá, umas que estão em Lisboa a viver, outras estão em Coimbra, outros estão no Porto e no mês de Agosto tudo se junta aqui na terra quando é o 15 de Agosto. Praticamente vem toda a gente passar o mês de Agosto aqui. Vêm pelo Natal e também vem muita gente passar a Páscoa. Aqui ainda é tradição o padre vir a casa com uma cruz e vem quase toda a gente. Só quem não pode é que não vem pela Páscoa abrir a casa ao Senhor. Pelos Santos também costuma vir muita gente, que é a visita ao cemitério. Isso não mudou nada. Talvez com menos gente, que havia mais gente. Mas isso praticamente, os dias são os mesmos, as datas são as mesmas. Umas com mais gente, outras com menos. Temos umas procissões muito bonitas, os mordomos oferecem uma oferta, uma fogaça. As fogaças vão à cabeça de senhoras na procissão. Vai a música a tocar, vai o padre com o pálio na frente. Vai a irmandade. Isso pouco ou nada mudou. As ofertas continuam a ser boas como antigamente ou ainda melhores. Nas ofertas hoje tudo põe um leitão, tudo põe do melhor nas ofertas. Põem a tigelada que é um doce típico aqui da terra, arroz-doce, coscoréis, o bucho que é um chouriço daqui, que é tradição aqui da terra, fruta, bebidas, uísque do melhor. Tudo gosta de apresentar, de oferecer o melhor.