Houve melhorias. Veio a luz, há 20 e poucos anos, 21 ou 22 salvo erro. Antigamente, à noite era um candeeiro a petróleo. Untava-se com petróleo por baixo e depois, com uma torcida de pano, acendia-se e pronto. Tinha um registo para levantar a torcida para dar mais luz ou menos. Era assim. O petróleo comprava-se no Piódão. Agora ninguém vende mas, antigamente, como toda a gente usava petróleo, havia.
Agora temos água canalizada mas dantes íamos ao barroco. Trazíamos num cântaro. Havia cântaros de barro, que íamos lá a Vide buscá-los, a uma feira que havia todos os meses. Iam a pé lá buscar os porcos e vinham a pé pelo caminho com eles. Viam-se aflitos, demoravam um dia inteiro para cá chegar. Eles, às vezes, enfiavam-se para fora do caminho. Traziam os porcos e tudo o que era preciso. Também iam a Avô. Os porcos ainda me recorda ir a Vide buscá-los. Mas ali a Avô nunca me lembro. Ia-se de manhã e chegava-se à noite. Fazia-se as compras do que era preciso, cestas, panos, trazia-se os potes para o azeite, os cântaros e cântaras de barro, era tudo barro. Ao fim é que começaram a haver os plásticos, acabou isso tudo também. Agora já não há. Uma feira trazia-se uma coisa, outra vez outra. Só se trazia o que se podia. Ia muita gente a Vide. Mesmo daqui, juntavam-se e iam.
Eu tenho telefone mas há pouco tempo. Só havia um público na Foz d'Égua, mas antes era só no Piódão. As pessoas quando queriam, que estavam doentes, era uma pessoa que ia avisar outra ou chamar ao Piódão.
Veio também a televisão e a estrada. Agora já se pode vir de carro. Antigamente não. Era tudo a pé. Agora tenho a motorizada para me deslocar. A Vide demoro dez minutos, antigamente demorava uma hora, uma hora e tal para ir a Vide.