A seguir fui para Lisboa, com 15 anos. Fui dar serventia a pedreiros. Isto até, mais ou menos, aos 18 anos, parece-me a mim. Andar sempre ali, feito escravo toda a vida, decidi arranjar uma coisa melhor. Arranjei um trabalho ali em Alcântara, para empregado de balcão a comprar ferro-velho. Comprava o ferro-velho e vendia. Foi o meu sogro, o pai da minha mulher que me arranjou para ir trabalhar para lá.
Nessa altura comprei umas peças que era da Junta Autónoma das Estradas. Depois foram lá os polícias, apanharam aquilo, ainda tive que ir responder à Boa Hora. Pronto, passou-se. Isso foi uma peripécia da minha vida.