No casamento fomos à igreja, casámo-nos e depois, naquele tempo, faziam-se jantaradas, ainda hoje também se fazem. Fazia-se cá almoço e jantar. À tarde, fazia-se um baile.
A gente tinha sempre um amigo, porque nesse tempo havia sempre pessoas que tocavam guitarras e outros instrumentos de cordas e tal e então juntavam-se. Havia sempre um amigo que organizava aquilo e havia sempre um baile.
Nesses dias especiais comia-se das coisas melhores que havia. Mais tarde começaram a fazer cozido à portuguesa. Noutro tempo não era tanto, era chanfana, arroz de fressura, doces. Faziam tigelada, faziam arroz-doce e outras coisas assim. Essas comidas caseiras que a gente cá usava mas, era sempre melhorado. Não se podia comer sardinha.
A minha esposa foi de vestido. Um vestido até aos pés, tenho fotografias até, e era um véu. Usavam o véu comprido com uma cauda comprida e ia uma criança até a segurar o véu e faziam assim aquelas cerimónias.
Eu fui vestido com um fato que estreei nesse dia. Não era preto. Usavam o fato preto mas, eu não levei preto, assim escuro. Mais tarde, já deixaram de fazer mas noutro tempo era quase obrigatório: fato preto. E eu não. Sapato preto e o fato era um bocadinho escuro, camisa branca e gravata cinzenta e lá fui.