O meu pai era António Lopes e a minha mãe Laurinda dos Anjos Fontinha.
O meu pai quando veio de Lisboa vinha solteiro. Trabalhava na Rocha Conde de Óbidos, na CUF. Ele fez lá um tipo brincadeira que deu para o torto, foi despedido por uns tempos e foi embora para a terra. Depois casou aqui na Foz d'Égua e viveu da agricultura. Era cavar com enxadas. Tinha cabras, coelhos, galinhas, porcos. O porco era o que a gente matava para pôr na salmoura para comer todo o ano. Às vezes, ia para a resina, era resineiro. Era o que lhe aparecia. Eu às vezes até digo que ele passou de cavalo para burro. Tinha uma vida melhor e depois passou a ser a vida mais difícil. Era doloroso. Eu tinha 20 e poucos anos, para aí 21 anos quando ele faleceu.
A minha mãe ainda só há três ou quatro meses que morreu. Foi há pouco. Ela ajudava o meu pai na agricultura. Tratava das galinhas, dos porcos, dos coelhos, das cabras. Por exemplo, um ia regar, o outro ficava a tomar conta dos animais. Era assim.
Tenho um irmão. Era divertido, porque a gente no tempo da castanha, tinha muita castanha e depois punha-se a assar. Estava-se quase toda a noite a beber... Então a gente bebia uma cachaçazinha, comia umas castanhazinhas, ficava ali satisfeito. Ia para a cama até dormia melhor.