Aqui ofícios era resineiro. Eram “à força toda” porque havia aí muito dinheiro. Havia pedreiros, também sempre houve pedreiros para fazerem as paredes. Havia muitos latoeiros antigamente. Alfaiates e pouco mais. Alfaiates e latoeiros era o que havia mais. Os latoeiros eram aqueles que trabalhavam com a lata. Antigamente a lata para levar as coisas do porco era o latoeiro que fazia. Havia latas para ir buscar água, havia tudo. Os latoeiros também trabalhavam muito. Já havia aquelas panelas de barro. Também trabalhavam muito no barro antigamente. Trabalhavam muito em olaria. Mas não era aqui, era mais para longe. Lá para Oliveira do Hospital ou o que é que era, só que vinham vender aqui às feiras.
Depois eram profissões como tinha o meu pai. Hoje a cavar, amanhã a ir cortar mato, ao outro dia cortar erva para os animais, era assim que faziam tudo. Fazia-se quase de tudo. Mesmo cavar e semear, era tudo com sachos. Agora é máquinas para cortar erva. Naquele tempo era uma foice que a gente tinha para cortar erva. O mato também era com uma foice. Era tudo manual. Mas fazia bem.
Plantavam batatas, milho, couves, tomate, feijão, cebolas, pimentos. Pepinos também semeavam e às vezes também melancias e essa coisa toda. Eu queria falar no melão, mas o melão aqui não se dá. Já o meu pai e um amigo dele tentaram semear melão, mas não se dá aqui. Ele tem que ser capado, mas mesmo que seja capado não cresce nada, fica pequenininho. O clima aqui não dá para o melão.