Não havia nada de luz, era à luz do petróleo. A luz veio em 1955. Era candeeiros de petróleo e candeias de azeite.
Naquele tempo havia muito azeite, hoje também ainda havia, se o apanhassem, mas agora já nem há gente que apanhe a azeitona. Era um candeeirito de petróleo, às vezes um carbureto, petromax e assim umas coisitas. E a gente defendia-se assim, conforme podia. Porque nós saíamos da escola e ainda tínhamos que ir buscar um molho de cavacas para queimar à noite e fazer o jantar. E os outros a mesma coisa. E então à noite, à luz da candeia, a fazer os deverezitos da escola. Mas só depois de ir buscar lenha. Quantos molhos de lenha fui eu buscar a uma propriedade que o meu pai tinha aqui perto, antes de ir para a escola de manhã. A minha mãe fazia-me levantar. Tinha que ser.