Chegou a haver três padarias na Benfeita mas depois havia uma, nem toda a gente tinha dinheiro para ir ao pão. Era broa. Cultivava-se o milho. A minha mãe era todas as semanas uma fornada de broa. Tinha assim uma gamela de madeira, amassava aí e depois ia ao forno a cozer e era o que a gente comia. Não tínhamos forno. Havia fornos comunitários. Ainda há um ou dois. Então as mulheres juntavam-se, eram fornos grandes, três ou quatro vizinhas:
- “Vamos fazer broa.”
- “Hoje calha-me a mim.”
- “A mim calha-me amanhã.”
Então juntavam-se e uma cozia nove broas, outra oito, outras dez e depois faziam sinais para distinguir... Uma fazia-lhe um belisco, outra punha-lhe um dedo, outra punha dois, outra punha três. E assim separavam. Faziam marcas na broa.