Na altura do Verão, em Agosto, malhava-se o centeio. Faziam-se umas cavadas, onde se semeava o centeio, depois era ceifado e trazia-se para a eira. Costumavam juntar-se, às vezes, de quatro a seis homens, um de cada lado a malhar. Havia uns mangais, umas pessoas de um lado e outras do outro a malhar o centeio. Em se malhando o centeio, tirava-se a palha da eira para fora. As mulheres juntavam-se e varriam a eira para se apanhar o centeio. O centeio era erguido, por exemplo, como a gente erguia o milho. Porque senão, depois aquilo ia para o moinho e o moinho não o fazia andar, por isso tinha que ser erguido. Depois arrecadava-se. Ao fazer a desfolhada, se a gente encontrasse o milho-rei (grão de milho vermelho), costumava-se ir dar um abraço às raparigas, quando elas cá estavam. O que ajudava cá o pessoal era o centeio e o milho. Não havia outra coisa. O centeio era para se cozer, como a broa de milho. Outras vezes misturava-se com o milho. Mas havia quem o cozesse assim simples. E comia-se bem. O centeio era bom. Aqui procurava-se mais era o milho, mas não chegava. Tinha-se que fazer as cavadas para misturar. Como o pessoal nessa altura ainda era muito faziam-se as cavadas rápido.