Quando era pelo São João “queimava-se o gato”, assim se dizia. Quer dizer, a gente não queimava o gato, agarrava-se um gato, metia-se dentro de um cântaro, tapava-se a boca do cântaro, para o gato não sair, com um cordelinho feito de saco para arder facilmente. Depois, ia-se buscar um grande pinheiro, que a gente via-se à rasca para passar na povoação, fazia-se uma cova para lá se espetar. O pinheiro depois era embrulhado com palha de centeio até ao cimo. E no cimo, era atada a asa do cântaro com um negalho da palha do centeio. Quando era perto da “meia-noute” formava-se o baile em volta do pinheiro e acendia-se o lume. O lume ia até lá a cima, queimava o negalho, depois o cântaro caía de lá de cima e o gato fugia.