Tive três filhos. O António, o Armindo e o Hermínio. Quase que não acompanhei o crescimento deles, porque estava em Lisboa a trabalhar. Quando voltei à terra, já eles estavam grandes. O mais novo ainda andava na escola, que era aqui na aldeia. Só os meus filhos mais velhos é que estudaram no Sobral. Lembro-me que na altura em que abalei de Lisboa, a minha mulher estava doente e não podia lavar a roupa. Tinha uma doença rigorosa. Então, como não tinha quem ma lavasse, tive que juntar a roupa dela, a minha e a dos meus filhos num alguidar, levava-o à cabeça e ia para a barroca lavar. A água era fria que não aguentava das mãos com as dores. Fiz isto porque não queria mandar o miúdo para a escola com a roupa suja. Gostava que eles andassem limpos. Actualmente, tenho cinco netos e uma bisneta, que já está crescidita.