As senhoras faziam curas e mezinhas quando uma pessoa caía. Ainda há quem saiba fazer essas rezas. A gente, às vezes, apanhava qualquer coisa nas vistas por causa das varejeiras. Vinha uma senhora punha uma água na vista e lá passava. Só as mulheres é que sabiam. Elas rezavam e curavam quase tudo. Quando a gente caía e se aleijava, elas diziam que era estrutagado. Havia mais do que uma maneira de fazer aquilo. A minha tia fazia assim: punha um púcarozito de água ao lume., não sei bem explicar como era, mas sei que depois da água estar recolhida, ela fazia as rezas e sarava. Nem eram precisas massagens. Para a espinela, as pessoas tinham que pôr os pés direitos, depois elas pegavam nos braços e iam levantando para cima para esticá-los. Tinham de juntar as mãos uma à outra, em cima da cabeça. Se a coluna estivesse caída, as mãos estavam desunidas. Chamava-se àquilo espinela caída. Se a coluna estivesse caída, a gente tomava um copo de água ou um bocadito de pão na altura que se erguiam os braços e no fim passava. Ás vezes, tinham que fazer isso mais do que uma vez. Era tão grave que havia pessoas que caíam muito facilmente. Eu também já cheguei a ter. O meu filho também. Queixava-me muito das costas e faziam-me a reza. Aquilo passava e dali há um tempo já andava melhor. É verdade! Ainda hoje há quem saiba fazer as rezas, não só essa do púcaro mas outras também. Há uma que é de coser e, ao fim, o problema passa.