Para semear o milho, primeiro a gente cava a terra. Depois quando chega o tempo de semear, a gente semeia o milho. Quando já está grandinho, a gente mete feijão, assim no meio, no rego ao pé do milho. E quando o milho está crescido a gente rala. Cá a gente diz que é ralar o milho. Depois era sachar, quer dizer pôr mato do gado de volta das canas e do feijão. Quando estava assim maneiras, ia-se buscar a água ao ribeiro. Depois, abria-se um rego por cima e andava um senhor ou uma senhora a fazer uns cortezinhos no rego para a água escorrer e a poder amassar aquele esterco com um sacho, que é o que a gente chama de enleirar o milho. Depois de estar crescido, quando tinha a bandeira, cortava-se. A bandeira é uma coisinha alta que a cana deita e depois corta-se rente na espiga. Então, quando o milho tinha já a espiga loura, tira-se a folha e seca-se para deitar ao gado no Inverno. Depois apanha-se o milho. É altura de debulhar o milho e pô-lo nuns toldos a secar ao sol. Ainda antes de se fazer a debulha, usava-se umas estacas ou um riscador para malhar o milho. O riscador era para fazer um risco ao meio da espiga para ajudar a fazer a debulha. Assim já se debulhava bem. Depois deitava-se ao sol nuns toldos e quando estava seco erguia-se e trazia-se numas sacas para a arca. Dali é que ia para o moinho e traz-se a farinha. Com a farinha fazemos a broa, mas antigamente também havia o carolo. Era bom. O carolo é parecido com o arroz, mas era mais amarelo. É como se fosse uma papa. Já há muito tempo que não comemos carolo.