Lembro-me de andarem aí a dançar de noite nas casas quando era pelo Carnaval. Ainda dançaram na casa que é do meu irmão, que tem um terraço à porta. Quando era pelo Entrudo, havia pessoas que já morreram, que traziam uns cestos no braço com chouriças dentro. Andavam pelas portas, com os cestos assim no braço. Não era para vender. Aquelas chouriças traziam-nas de casa deles e era só para andarem assim pelas portas, com o cestito no braço. Também se mascaravam. Primeiro, não eram assim máscaras como agora. Eram outras coisas. Sujavam a cara com carvões da fogueira e ainda agora o fazem. A prima Anita mais umas raparigas de cá há pouco tempo vestiram-se todas de mascarados. Era Carnaval e tinham umas máscaras muito feias. E quando fui abrir a porta, a porta encostou-se e escondi-me ao pé da porta da casa de banho. Era a minha prima, a Rosa, que tinha uma máscara que metia muito medo.