Não havia médico em Soito da Ruiva. Antes, quando alguém estava doente ainda cá chegou a vir um senhor do Piódão. Eu também ainda lá fui. Ia a pé para o Piódão a um senhor que lá estava. Demorávamos muito tempo a chegar, ainda são muitas horas. Também havia um senhor na Benfeita, que era o Sr. Zé Augusto, que vinha cá ver as pessoas quando estavam doentes. Quando a estrada chegou ao largo, que a gente diz que é a Malhada Chã, chegava lá carro. Depois quando era para levar as pessoas, iam por um carreiro no meio do mato e o carro estava à espera e levava-as então a Coja, ao médico. As mulheres tinham os filhos em Soito da Ruiva. Eram umas senhoras, que já faleceram, que faziam os partos. Também houve alturas em que foi preciso chamar o médico. Uma vez foi preciso chamar o médico para a minha irmã. Um padrinho dela foi chamá-lo. Estava aí mais um primo nosso e como tinha carro foram chamá-lo. Mas houve alturas em que tinham que ir chamar o médico a pé. O médico vinha a cavalo. Umas vezes até chegava primeiro do que as pessoas que iam chamá-lo. Quando alguém se aleijava, se torcesse um pé ou assim, não era preciso médico. Havia quem cá rezasse ao estrutagado. A mãe da minha prima Isilda fazia isso. Ao partido não, porque no partido tinham que abalar logo para os médicos. Mas ao estrutagado sim.