A minha avó ia daqui para a Covilhã com os carregos dos ovos e das galinhas para lá vender. Carregos à cabeça! Havia vezes em que vendíamos bem as coisas. A minha mãe, que Deus tem, também lá foi muitas vezes. E uma vez chegou lá e estavam em greve, não os deixavam ir vender na praça. E ela disse assim: - “Ora como é esta?!” Mas estavam lá umas de Chãos de Égua, porque, como a minha avó era de lá, tinham lá muita gente até de família e juntavam-se. E depois elas disseram: - “Vamos ao hotel, que eles lá compram-nos.” Elas foram vender aos hotéis. A minha mãe, que Deus tem, lá foi com elas. Não sabia, mas lá foi. Chegou lá e pediu se lhe davam alguma coisa para o almoço e deram-lhe. Agarraram em pão e meteram-lhe carne dentro. Mas a minha mãe também era um problema de boca e comia tudo a eito! Diz que se pôs a olhar para a carne, agarrou e tirou a carne toda, deu às outras e comeu só o pão!