No Natal, apesar do pouco que havia, toda a gente ia à missa. Levantavam-se cedo para ir à missa ao Sobral Magro, que era quase sempre às oito horas. Àquela hora ainda era cedo. Tinha-se que ir de noite para baixo. Vestiam a melhor roupa que tinham, uma roupazita mais lavada. Mas aqui a roupa durava-lhes sei lá para quantos anos, porque não tinham dinheiro para comprar. A roupa que eles traziam não conseguíamos ver a peça, eram só consertos. Se compravam uma peça de roupa para uma festa, ela tinha de durar para três e quatro festas. Não havia dinheiro para comprar nada. Quando era pelo Natal, andava aí aos oito dias e mais a carregar lenha para fazerem a fogueira. Umas vezes faziam lá adiante naquele largo da escola, outras vezes era aqui em baixo. Quando estava muito vento era aqui em baixo, no meio do povo. Agora já acabou tudo! Já não há gente.