O meu primeiro trabalho foi aprender alfaiate, aqui na Benfeita. Com um alfaiate que já morreu. Foi quando saí da escola, tinha 12 anos ou 13. Mas depois fartei-me daquilo, eu não me dava com aquilo.
Ainda andei lá um tempo, dois anos ou mais mas não me dava com aquilo. Eu nunca fui muito forte do estômago e tenho que tomar um comprimido por causa disso e então eram uns banquitos baixitos e a gente estava ali assim a costurar, e eu não me dava com aquilo. Almoçava, às tantas vinha vomitar o almoço, não me sentia bem. Tinha que mudar de rumo. E depois disse para a minha mãe:
- Eu não quero aprender alfaiate. Não quero mais.
Fartei-me daquilo. Mas fiz muitas calças já. Ainda hoje se quiser pregar um botão ou uma coisa qualquer me lembro do dedal.