O padroeiro da aldeia é o São Lourenço. Está na capela da aldeia. Até diziam que era o santo das telhas roubadas, porque eles prometiam-lhe telhas e depois chegavam aí a uma casa qualquer, tiravam as telhas e traziam-nas. E por isso, diziam que era o santo das telhas roubadas. Uma vez roubaram-no, chegaram a levar até lá adiante para o barroco. Já lá iam para se ir embora com o santo, mas depois foram lá buscá-lo. Tiravam-lhe aquela farinhazinha, porque ele é de pedra, e diziam que era boa para as sezões, maleitas e problemas de saúde. Tanto que agora até lhe puseram uma tabuazita por detrás quando é para ir no andor, porque ele tem uma levada nas costas de onde lhe tiravam bocadinhos. Em Agosto vem muita gente para Soito da Ruiva. Os que estão em Lisboa vêm para aí. Costumam fazer um almoço, pelo São Lourenço. Não costumo ir porque também já não posso comer tudo a eito. Se for com muito sal, já me faz mal. Se for com picantes também. E depois a gente quer, às vezes, cá fazer o comer. As do Centro estão fartas de ligar para eu comer do Centro, que me vêm cá trazer. Mas enquanto eu puder fazer, faço! Em não podendo, eles lá darão algum remédio.