Não havia cá médico em Soito da Ruiva. O médico que tínhamos mais próximo era em Avô. Tanto que a minha esposa quando teve os filhos, coitadita, sofreu. Hoje vai tudo para as maternidades, naquele tempo elas sofriam muito. Sofriam aquilo que sofriam e por vezes era preciso mandar vir o médico para tirar a criança, quando estava demorada. E aconteceu com ela, com os três filhos que teve, todas as vezes tiveram que chamar o médico para vir tirar a criança, mas depois nunca lhe chegaram a tirar nenhum. Quando o médico cá chegava ela já se tinha averiguado. Uma vez, não sei se foi do filho mais novo, se o que é que foi, tiveram que o mandar o médico voltar do caminho. Foram daqui com umas lanternas acesas, era de noite, para o esperarem no caminho para o mandarem voltar para trás que já não era preciso. Maus tempos, tempos difíceis em todos os sentidos que se passava.