Aqui praticamente é quase tudo família. Praticamente consideramo-nos todos uma família. Por pouco ou por muito consideramo-nos quase todos uma família. A aldeia também é pequena. A Ana e o Neves são meus primos. A Deolinda também é minha prima. Os de Sobral Gordo também ainda pegam um bocadinho, a Deolinda do Sobral Gordo também ainda pega um bocadinho mas já é mais afastada, mas normalmente é quase tudo família. Aqui para distinguir as pessoas dávamos alcunhas. A “Deolinda dos Pinheiros” é simplesmente por ela viver no cimo do povo no meio do pinhal. A casa está um bocado mais afastada, foi por isso que começaram a chamar-lhe “Deolinda dos Pinheiros”. Todos nós temos uma alcunha, mas isso a gente respeita, nem levamos a mal dizer que é a “Deolinda dos pinheiros”. Esta minha vizinha tem o nome de “Maria dos Tojos”, porque também foi criada quase à saída da povoação, quase no meio do mato. O nome desse mato é tojo e ali havia muitos tojos. Simplesmente por ela ser criada no meio do mato, no meio dos tojos, é que ainda hoje lhe chamamos a “Maria dos Tojos”. Também há a “Maria da Poça”, que está em Sobral Magro. Era “Maria da Poça”, porque a casa de habitação dela era ali ao pé de uma poça. A gente aqui chama-lhe uma poça, mas nos outros lados chamam-lhe uma presa, onde emprazam as águas que é para o regadio. E era por isso é que lhe chamavam a “Maria da Poça”.