As pessoas são novas precisam de se divertir, acho bem, só que nós não ligamos a festas, porque a nossa organização é diferente. E a mim já não me custou a oprimir dessas coisas, porque os meus desgostos são muitos e tão fortes que não tenho nenhuma coisa a dizer, é mesmo assim. Eles fazem bem. A vida é deles e são novos, como tal precisam de se distrair. Mas o que cá precisávamos mais era de um transporte para nos ir levar à carreira. Não estamos a dizer para nos ir levar a Arganil! Não, era só daqui para a carreira. O meu marido no outro dia foi daqui para o Sobral para apanhar a carreira: tão devagarinho que ela ia que nunca tive jeito de ir assim tão devagar, só a ver se ele me acompanhava. Eu olhava para trás, que ele vinha tão longe. Ia cheia de medo! Estava frio e disse: - Agora tenho de esperar por ele! Se ele se me assenta para descansar dá-lhe alguma coisa! E disse assim mais: - Nunca mais torno para cá a vir a pé com ele. Havemos de perder o amor ao dinheiro. Depois, ele chegou lá e sentou-se. E eu cheia de medo, porque ele agora está de uma maneira que qualquer coisa o começa a pôr branco e com queda de tensão e fica-se assim. Eu disse: - Olha, não voltamos para cá a pé! Perdemos o amor ao dinheiro é o que havemos de fazer. Depois, fomos daqui para a serra, sempre a subir também. A subir, ele ainda vai. Devagarinho, mas vai. Para mim é que me custa subir, que a saúde não me deixa. E, pronto, a gente agradecia era isso, que aqui nos viesse buscar uma carrinha para nos levar à carreira à serra ou ao Sobral. Era isso que nós agradecíamos.