Ainda tive tempo que fazia azeite. Vinham cá os lagareiros buscar os sacos de azeitona para ser moída num lagar que havia no Sobral. Agora até está parado. Ainda cheguei a botar um moinho de azeite. Às vezes, arreliava-me, porque o meu marido mandava-me o dinheiro para mandar apanhar a azeitona, mas ao fim fartáramos. A gente até vendêramos as oliveiras, as que tínhamos lá fora. Eu disse-lhe: - Olha, já ando farta de lá ir. Agora, os filhos também já ganham para eles e nós já aparecemos com menos que eles. Também me farto de lá ir às terras dos demais comprar, apanhar as oliveiras. Chegáramos a ter oliveiras num moinho de azeite e agora não temos lá nada. Vendêramos tudo.