Nos moinhos também fazíamos o carolo. Para se fazer o carolo levanta-se moinho. Mesmo nos moinhos à luz também podem fazer carolo. Levantava-se os moinhos e moíam a farinha grossa. Se a gente quisesse a farinha mais macia, baixavam-na. Se queriam o carolo, começa logo a espirrar os grãos de farinha grossa. Naquele tempo não havia cá fogões, coitados, vivia-se só do poder da lenha. Mas punham lenha, uma panela ao lume e fervia. Enchiam uma tigela de carolo, botavam-na para dentro. Depois o carolo era peneirado, mas mesmo assim ainda vinha casca. No fim de o botarem para dentro da panela a casca ia toda à bóia, ao de cima. Iam com uma colher e tiravam a casca. E ficava só o carolo, o puro miolo é que estava dentro da panela. A casca vinha toda para cima, era toda catada, e ficava o carolo muito limpo. Ao fim, botavam tempero ou banha. Até havia quem botasse açúcar no carolo. Eu comi muito. Lá em casa do meu pai comia muito, porque o meu pai é que gostava daquilo. Até com banha de porco, aqui chamam margarina. Mas com açúcar também é bom, come-se bem.