O João Brandão ainda era da minha família! Ele era amigo do avô da minha mãe! Era muito mau. Punha os cavalos a comer nas arcas do milho e ninguém podia dizer-lhe nada! Sei que ajudou a minha bisavó. Aqui na serra, por trás do Piódão, onde nasce o Rio Seia, a fonte das águas Seias, estava lá um terreno, onde andava um deles, e tinha uma taberna. E uma vez, a minha bisavó estava lá e apareceram uns que comeram e beberam e não queriam pagar. Ela tinha comprado as coisas para ir até lá. O que é que aconteceu? Começou a chorar. E estava lá um da seita do João Brandão. Saiu de lá para fora e perguntou:
- “Quem é o homem que não quer pagar? Pague lá já à mulher!”
E ele bem puxou pelo dinheiro e pagou-lhe. Depois, ainda era assim de noite, disse para os outros:
- “Já é de dia, vamos embora!”
Estavam com medo que o matassem. Diz que ainda a manhã não vinha lá muito longe e que já eles iam embora com medo.
O João Brandão desapareceu quando foi a Casal de Abade. Estava a jogar às cartas em Avô e depois foi a Casal de Abade matar o padre. E o que é que aconteceu? Ele matou o padre com um sabre, mas limpou-o a um lenço, o qual meteu no bolso. E houve quem visse. Por aí é que ele foi preso. Depois quando o levaram preso, ele dizia assim:
- “Das sete amigas que tinha, a todas peço perdão. Só há uma que não lhe peço perdão, que é a Carolina Augusta que levo no coração.”