Tive só duas filhas e um filho. A mais velha chama-se Maria de Lurdes Ribeiro Nunes, depois tive a Maria Fernanda Ribeiro Nunes e, por último, o rapaz, António Ribeiro Nunes. Não me lembro do nascimento dos meus filhos. Quando fiquei grávida da primeira filha, a alegria foi pouca. Foi porque calhou. Mas continuei a trabalhar na terra, mesmo grávida. Ia ao mato, à lenha e ia cavar! E depois tinha-os numa cesta, num berço e levava-os para a fazenda para estarem ao meu lado. O parto foi a minha prima que fez, a Benvinda. Vive lá em baixo perto da tia Ana Barrela. Não havia médicos na altura. Só cá veio um médico para cá me tirar a minha Fernanda, porque tive problemas no parto. Estive quase dois dias sem a ter e com muitas dores. Então chamaram o médico que veio cá tirar a minha filha a ferro frio! O meu filho uma vez foi além ao Outeiro apanhar uma bomba. Ao agarrá-la, estoirou e fez um golpe muito grande na cabeça. Ao fim teve que ir para Tábua, para o hospital. Foi verdade. Ainda tem as suturas na testa. Os meus filhos já me deram netos. Tenho dois netos e três netas. A Mariana, o João, o Tiago, a Beatriz e a Tânia. Quando eles vêm aqui compro-lhes rebuçados e umas bolachas. É uma alegria!