Em Soito da Ruiva não havia médicos. Só o de Coja, o senhor doutor Armando, que era muito boa pessoa e bom médico. Quando as pessoas ficavam doentes, muita gente vinha aqui tratar-se. Às vezes, era ali o meu primo Fontinha e a mulher. Era a família. Eu, às vezes, estava aqui em casa e mandava às vezes um olho para a minha mãe e para o meu pai. Também fazíamos chás com ervas do campo. Havia as ervas de Santa Rita e ervas de sorveco, que dão aí nas paredes da fazenda, folha da pimpinela, barbas de milho branco, raízes dos morangos, e muitas mais. Lembro-me que íamos arrancar as raízes dos morangos e cozíamos. Mais tarde, passámos a ter um médico no posto médico da terra. Eu já parti este pé pelo artelho, os dois braços e as costelas. Já tenho tudo partido! Na altura, andei no hospital em Arganil a curar um dos braços. Mas, às vezes, a minha prima rezava-me no pé com um terço por cima. Ela dizia: Que coso? Carne quebrada ou nervo torto. E ferviam a água e ao fim de ferver botavam-na dentro de um alguidar e a água recolhia para dentro do púcaro quando estava estrutagado! Quando não estava, não subia.