A santa padroeira da Benfeita é a Santa Cecília. Faz-se festa, não tinha esses conjuntos assim, não tinha. Marcavam a festa, tinham uns quatro mordomos. Foi sempre quatro e havia duas raparigas para ajudar. No dia da festa matavam muita rês, muita carne, faziam muitos doces. Depois chegava a música de manhã, dava a volta ao povo, paravam às portas dos mordomos para beberem um copo e comerem um bolo, até chegar depois a hora da missa. E havia a missa e depois a procissão. Depois iam ao almoço. E depois juntavam-se num largo, que ainda hoje se lá juntam ao pé da piscina. Na altura não havia lá nada, era só o largo. E a música ia para lá, até se ir embora, até umas tantas horas. E tocava lá e o pessoal dançava, divertia-se, era assim. Vinha muita gente de fora aqui, vinha muita gente porque havia em todas as terras gente casada aqui e ali, e as famílias juntavam-se todas nesse dia. Encontrávamo-nos todos nos bailes.
Havia os bailes, isso havia. Tínhamos muitos senhores que sabiam tocar guitarra e viola e muitos que sabiam muito bem cantar. O meu pai era um deles, coitado. E depois pelo Carnaval, era quando faziam os dois bailes. E às vezes na noite do São João faziam dois pavilhões. No Carnaval faziam dois ranchos, havia gente para isso. Depois andávamos por aí na aldeia. Ia-se a algumas terras aqui perto nos dias de Carnaval. Era assim a festa.