O meu marido foi Presidente da Junta de Freguesia. Trabalhava muito o que é, nessa altura não era como agora. Agora de todos os lados aparece dinheiro. E naquela altura não tinham dinheiro para fazer as coisas. O meu marido chegou a pagar muita coisa que queria fazer porque tinha gosto e gostava de fazer, e gostava muito da terra, com o dinheiro do bolso dele. Depois a Câmara dava-lho mas diziam-lhe que não podiam quando ele pedia. Ia lá pedir ajuda eles diziam que não podiam e que se ele pudesse que depois que pagavam e ele às vezes adiantava muito dinheiro para muita coisa que se aí fez.
A gente gosta de tudo da Benfeita. Somos de cá. Vem cá muita gente passear, isso vem. É bom, fazem despesa. No largo junta-se para ali o povo todo ao sábado e ao domingo. Tem um ecrã muito grande. Mostram a televisão, jogos de bola, e vendem chá ou café, outras bebidas para os homens, e bolos e assim miudezas para quem quer.
Eu já não mudava nada na Benfeita. Isto, por acaso, é uma aldeia que está aqui num buraco, nem há muita gente que não gosta de cá. Mas tem cá praticamente quase tudo o que lhe é preciso. Penso eu.