Antigamente, íamos à noite para ajudar a uns e a outros, às debulhas. Apanhava-se o milho de dia e depois dizíamos assim:
- “Ó tia fulana, olhe que eu amanhã debulho!”
Depois:
- “Olha que eu amanhã debulho!”
Era para se juntar tudo. Mas malhávamos. Tínhamos umas “rasoilas”. Abríamos as pernas, tínhamos o milho da parte de trás. Depois, malhávamo-lo assim à frente. Era uns paus assim como um pau da vassoura, o que é mais grosso e era só do tamanho que a gente apanhasse bem na mão. A gente a desfolhar tínhamos que nós arranjá-lo. Mas depois, para fazer as debulhas, era assim. Conforme o pessoal que andasse, uns eram de cantar, outros não havia tempo para cantar, era para trabalhar. Mas nas debulhas atirávamos cada “casulada” a uns e a outros. E depois, aparecia aquelas espigas de milho encarnado. Íamos dar o abraço àquela gente toda! Oh, tempos bonitos que agora já não vêm...