Agora, é mais a festa em Agosto. Temos antes a do Santíssimo, que é em Junho, e a da Senhora das Necessidades, em Setembro. Essa de Junho é a da Comunhão das crianças. É para fazer a Profissão de Fé e a Primeira Comunhão. Depois, temos a de Agosto, que é o dia 15 de Agosto. É a da Nossa Senhora da Assunção, daquela capelinha que está ao meio da povoação. E temos a de Setembro, que é na Senhora das Necessidades. Já havia essas festas, antigamente. Era mais ou menos como agora, mas havia mais gente. Começava o dia com a alvorada de foguetes! Agora, já não há alvorada de foguetes, que não nos deixam deitar. Depois havia a missa e a procissão. Em qualquer delas há missa e procissão. Era o mesmo de agora: saía-se dali da igreja, ia-se dar a volta lá adiante ao tanque, à capela, por cima, por a estrada, depois dava-se a volta à oliveira e ia-se para igreja. Ainda é a mesma volta, agora. Alguns andores levavam as irmandades. Quando é a do Santíssimo, vem a nossa de cá, a Irmandade da Benfeita, é a dos Pardieiros e é a do Sardal. E na Senhora das Necessidades é a mesma coisa. Só aqui, no dia 15 de Agosto, que é a festa da Benfeita, é que não vem cá as outras. É só a Irmandade da Benfeita. Levam os homens da Irmandade e outros andores, pegam-lhe as mulheres. Quando é de Santa Rita, aquelas mulherzinhas todas que lá vivem gostam de a levar. E também gostam de outros santinhos. Vão outros homens, vão as mulheres, vai tudo levar. A nossa Irmandade tem uma opa branca e um cabeção vermelho por cima. Primeiro, era só homens, mas havia muitos. Agora, até entraram bastantes mulheres para levar os andores. Quem os costuma enfeitar é a Manuela, a mulher do Alfredo que tem o café.
É como a Páscoa. Agora, já não vem o padre. Vem uns homens quaisquer. Ainda se fossem os leigos… Mas é um homem qualquer que vem dar as boas-festas. Já não pode vir. Antigamente, era diferente! Ai pois era. O padre vinha sempre para a freguesia, para a terra. E se não podia, trazia também os leigos para um lado e pelo outro da freguesia.