Fiz o exame da quarta classe nos adultos. Ia com a minha Lisete, a minha filha. Eu tinha que a levar todos os dias à noite para baixo, à escola e tinha que a levar para cima. Depois, também ficava por lá. Fiquei até que fiz o exame da quarta classe.
Na escola dos adultos, era mais fácil que quando andei na escola. Era muito mais simples, porque era pequena. Ai, mas muito mais. A senhora, que até era dali de Côja, disse-me:
- “Pronto, tem que fazer uma conta e um problema. Nem que errem o problema, se acertarem a conta, passam na mesma.”
Foi o que eu quis ouvir. Depois, fiz o exame. Foi em Arganil. De lá havia mais. Agora daqui, da professora que nos cá ensinou, fomos seis pessoas. Também foi fácil. Foi uma conta e depois lêramos a lição. Era o teste escrito. Davam-nos uma folha e a gente tinha que responder às perguntas que lá vinham. Mas ali escolhíamos a lição que queríamos. Eu levava-a bem estudada e levava as coisas que devia responder. Passei bem. E foi a minha sorte, porque senão, não tinha apanhado o emprego que apanhei.