No dia 1 de Maio, nem uma folha de couve eu quero cá em casa. Dizem que vem a cobra. Aqui na povoação, ninguém vai à horta nem ninguém vai a trazer nada para casa. É que há muito tempo, já há anos - isso até aconteceu com uma tia minha -, deu-lhe na cabeça, ou esqueceu-se ou não sabia, e foi ao mato. Quando estava a poisar o molho do mato à beira da casa, onde tinha o gado, viu uma cobra a sair do molho do mato. Depois, uma pessoa tem medo das cobras. Mas eu posso ver uma cobra grande que não me assusto. Estava habituada a elas em África. Um dia estávamos lá na varanda. Digo assim:
- Ó César, ai que anda ali uma coisa a mexer na varanda... Ai que cobra grande!
Eram as cuspideiras. Teve que dar-lhe um tiro e matá-la.