O meu marido era padeiro. Ia vender o pão por as terras. Vivíamos ali perto um do outro e foi assim que a gente tomou conhecimento. Não tinha vagar de namorar. Tinha sempre que fazer no comércio. Era, às vezes, à noite, um bocadito às fugidas. Foi ele que me pediu namoro. Eu gostei dele, ele gostou de mim. Depois, pediu aos meus pais. Já não me lembro. Então, já vai há tantos anos. Já tenho um filho com 56 e a minha Guida tem 47. Mas lembro-me que teve de pedir se lá podia entrar em casa. Não é como agora. Nem se dava um beijo nem nada. Era tudo uma gente sem jeito nenhum. Namorei bem. Parece que nem passou de dois anos. Bem, já nos conhecíamos. Mas nem um beijo nem nada, nem ele, nem eu.