Andei até aí à idade de 13, 14 anos ao pé dos meus pais, ao dia fora e na arte de moleiro. Ia com o meu pai. Ela ia para o rio e para Côja. Tinha lá umas moendas arrendadas de Verão. De Inverno, moía cá, no rio. Para fazer a farinha tinha rodas e umas mós dentro. Trabalhavam dois casais de mós. A própria água tocava a roda de roda. Agora, aqui, era um motor eléctrico. Ali eram rodízios. Eram umas caleiras. Tinham rodízios e tocava. Era conforme se podia para ganhar dinheiro.
A minha mãe tinha gado. Eu ia para o gado. Guardava-o. Tinha umas cabritas, tinha uma ovelha ou duas. Ia levar para o mato e para a erva. E roçava mato. Cortar o mato e trazê-lo para a loja para lhe botar e para estrume para as batatas, para feijão. Em primeiro, era só estrume. Naquele tempo, não havia adubos. Era o que fazia. Mais nada.
Não havia brinquedos. Não havia vagar para brinquedos. Era trabalhar. Eu da idade de 14, 15 anos já andava aí a cavar terra para milho de manhã até à noite com o ancinho nas mãos.