O tio Zé Augusto e o tio Zé Maria tratavam da saúde. Pois tratavam. Receitavam remédios, medicamentos. Eram como um médico. O tio Zé Maria era enfermeiro. Chegou a ser enfermeiro em Lisboa. Era esperto como tudo, mas já morreu. Meu amigo, isto é sempre a andar. Depois, morreu o outro. Agora ficou uma neta, que dá aí qualquer coisa. Uma que chamam Adélia, que trabalha ali em baixo no Centro. Essa ajeita-se bem. Aprendeu com ele. E é o que é. Mais nada.
Uma vez, apareceu-me uma infecção na cara. Fui a dois médicos a Côja e eles receitaram-me lá uma coisa cada vez pior, cada vez pior. Cheguei aqui ao pé desse Zé Maria e disse:
- Ó tio Zé, então ando aqui à rasca da cara...
Mas não disse que fui ao médico. Diz ele assim:
- “É uma infecção que tens na cara, por causa da barba ser escanhoada. Mas eu tiro-te isso.” - e tirou-ma - “Tens é que levar uma injecção.”
Receitou-me uma água. Passado três dias ou quatro, desapareceu tudo. Nunca mais tive nada.