Criávamos um porco e quando não eram dois. No dia da matança a gente tinha de chamar gente para o segurarem e outros para o matarem. E depois era com carquejas. O pêlo era tudo queimado com carquejas. E depois ardia. Tiravam-lhe as tripas. Penduravam de um dia para o outro para o sangue ir embora e ao outro dia desmanchavam cada coisa para seu lado e depois fazíamos chouriças. Umas de uma coisa, outras de outra. Há chouriças de muita qualidade, umas de sangue, outras de arroz, de bucho, as farinheiras, e as de carne.
Naquela altura não havia arcas, a gente tinha de pôr em azeite as chouriças ao fim de estarem secas. Punha-se em azeite ou óleo. E não se estragavam. A carne a gente punha numas talhas em madeira e depois tínhamos de cobrir tudo com sal. Era como se fosse um frigorífico.