Depois andei na floresta. Na floresta a plantar pinheiros e árvores. Eu e outras raparigas aí de várias terras. Andou uma carrinha a apanhar a gente para ir. Acabou a floresta eu vim para as obras. Para o pé de um rapaz que hoje é construtor. Um dia zanguei-me lá com ele. O gajo aleijou-me lá num dedo: espera lá, vou começar a negociar! Cheguei ali ao pé de um fulano:
- Ó senhor fulano, você quer-me vender aqueles pinheiros assim, assim?
- “Então não vendo Ramiro!”
Comecei o meu negócio. Eu andei aí dois ou três. Depois pronto, comecei então a minha vida, no negócio. Comecei a comprar pinhal. Comecei a endireitar a minha vida. A madeira servia para tudo. Para cofragens, para as casas. Há ainda muitas casas, aqui para cima nos Pardieiros, que ainda estão feitas com tecto de tudo o que eu serrei. Eu fui o único que trouxe as motosserras para a Benfeita.