O meu pai chamava-se Augusto Joaquim da Fonseca e a minha mãe Maria de Jesus Almas. Eram daqui da Benfeita. Conheceram-se cá. Não havia outra solução. Eles eram de cá, cá se conheceram.
A minha mãe trabalhava no campo. O meu pai também. Do campo partiu para Lisboa, novito. Andava na Câmara em Lisboa. Quando eu nasci, já devia lá estar. Foi um tempo dificultoso... Ele ganhava poucochinho. Era mau. Mas pronto. Depois, reformou-se com 300 escudos. Mas 300 escudos não dava para viver. A minha mãe trabalhava era muito no campo e assim se defendia.
Custa. Lembrar o passado custa... Há aqui coisas que eu até me custa falar. A minha mãe, quando foi no campo, era terrível. Quer dizer, terrível, porque trabalhou muito.